O camisola 8

Adora futebol. Por isso jogava no meio do campo com a camisola 8, igual ao ídolo. “Essa é a melhor posição, pega na bola o tempo todo”. Agora escreve sobre esse Mundo que é o futebol.
De tudo um pouco, na maioria das vezes sem saber o que diz, das outras sem saber o que dizer.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Uma Lenda


  Xavi Hernández nascido a 25/01/1980 prova que os jogadores não se medem aos palmos. Numa época cada vez mais de físicos evoluídos e trabalhados, o futebol começa a ser uma fábrica de músculos. Procura-se a velocidade, a força, a pujança. Pois pode-se trabalhar. Já a criatividade, fantasia e inteligência são mais raros. São atributos unívocos a cada um. Não se procura, possui-se. Xavi é uma imensidão de jogador em 1,70m de altura apenas. Que não haja dúvidas que é o verdadeiro motor na máquina que é este Barcelona.
  Muitas vezes ignorado, outras subvalorizado. Xavi é a verdadeira essência do jogar à Barça. É a cultura de uma cidade, de um clube, de um povo. Tantas vezes ignorado pela crítica, pelos adeptos, pelos jornalistas. Pelos colegas de profissão. Não vencer a bola de ouro no ano transacto foi dos actos mais tristes a que já assisti no mundo do futebol. Pois ele mais que ninguém representava o futebol premiado: o espanhol/Barcelona. Foram eles que nos deliciaram com o perfume do futebol, em Espanha, na Europa, no Mundo. Mas mais uma vez foi ignorado, preterido por um colega que é o melhor do mundo, mas não foi o melhor do ano passado. E se não foi, nunca mais será, e assim se facilitará um processo de ensombreamento de sua estrela. Até ao esquecimento. Mas os verdadeiros amantes de futebol, que como eu, aspiram a ver o perfume do seu futebol, nunca se esquecerão a sua dimensão, o seu futebol e assim se formará uma lenda. Comparando o Barcelona a um Porche, é o design que vende, é o conforto que dá confiança, é a qualidade que nos delicia, é a fama que faz história. Mas é o motor que torna tudo possível, e transforma um carro numa lenda. Xavi merece muita mais do que tem. Merecia um mundo a seus pés.
  No sábado no auge dos seus 31 anos conquistou a sua 3ª Champions, sendo o jogador que mais distância percorreu (11.95km) e que mais uma vez deslumbrou com a sua qualidade de passe (91%) com 124 passes certeiros para os colegas, mais ninguém em campo jogou tanto à bola como ele. 
  Capitaneou a equipa com classe e bravura, e quando Puyol entrou em campo, num gesto pleno de humildade e respeito, Xavi desceu dos ceús e entregou a braçadeira ao colega de equipa. Mais que um jogador, um homem. Assim se formam as lendas. 

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