O camisola 8

Adora futebol. Por isso jogava no meio do campo com a camisola 8, igual ao ídolo. “Essa é a melhor posição, pega na bola o tempo todo”. Agora escreve sobre esse Mundo que é o futebol.
De tudo um pouco, na maioria das vezes sem saber o que diz, das outras sem saber o que dizer.
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quinta-feira, 9 de junho de 2011

De Belenização a Barcelonização




  Hoje numa crónica do jornal O Jogo, que li na edição online, fala desta comparação. E passo a citar : "Não há Messi, houve Ronaldo; não há Xavi, houve Moutinho; não há Iniesta, há Nani", mas se estes são os nomes de destaque acrescentaria ainda, não há Valdés, há Patrício, não há Pedro, há Djálo (verticalidade), não há Busquets, houve Miguel Veloso. Obviamente que algumas comparações são injustas para os leões, mas deve-se ao contexto Barcelona, a valorização dos seus activos. Busquets, noutra equipa não brilharia metade. Djálo num modelo de jogo enquadrado, valeria o dobro. Apesar da valorização que possam ter ou não os activos de cada um, qual é no fundo a grande diferença entre estes dois projectos com bases tão sólidas? A manutenção desses activos. Não ficámos com ninguém, não aproveitamos os melhores anos dos nossos jogadores, e não os enquadramos num modelo de crescimento qualitativo ao que se espera deles futuramente.
  Imaginemos uma equipa formada por Patrício, Emidío Rafael, Carriço, Veloso, Martins, Hugo Viana, Moutinho, Nani, Varela, Ronaldo e outros. Capaz de se bater com a Europa. Juntando-se 2 ou 3 valores seguríssimos e de qualidade (Daniel Alves, Mascherano, Abidal, Keita, Villa...) e parece uma receita perfeita.
  Mas o Barcelona não apareceu do pé para a mão, é preciso trabalho, planeamento e tempo. E algo vital para o projecto, uma equipa B, mas no contexto certo como PLF constantemente e sabiamente defende na Bancada Nova. Integrar progressivamente as pérolas num contexto vencedor e poli-las, e não simplesmente lança-las as feras e exigir mundos e fundos, que levem a equipas às costas (Moutinho) ou que sirvam para pagar a dívida (Hugo Viana...). Mas terá que ser obrigatoriamente o caminho a seguir.
  O acordo com o Atlético, parece-me um Real Massamá II, e dai não retiramos proveito nenhum. O campo não se adequa ao modelo, nem a divisão. 
  Pede-se urgentemente que se repense a situação juvenil do futebol leonino, é preciso ordem, e tempo. Mas o futuro é já ali, e ou se planeia conscientemente ou se perde o comboio da formação, e o seu contexto único no futebol leonino.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Uma Lenda


  Xavi Hernández nascido a 25/01/1980 prova que os jogadores não se medem aos palmos. Numa época cada vez mais de físicos evoluídos e trabalhados, o futebol começa a ser uma fábrica de músculos. Procura-se a velocidade, a força, a pujança. Pois pode-se trabalhar. Já a criatividade, fantasia e inteligência são mais raros. São atributos unívocos a cada um. Não se procura, possui-se. Xavi é uma imensidão de jogador em 1,70m de altura apenas. Que não haja dúvidas que é o verdadeiro motor na máquina que é este Barcelona.
  Muitas vezes ignorado, outras subvalorizado. Xavi é a verdadeira essência do jogar à Barça. É a cultura de uma cidade, de um clube, de um povo. Tantas vezes ignorado pela crítica, pelos adeptos, pelos jornalistas. Pelos colegas de profissão. Não vencer a bola de ouro no ano transacto foi dos actos mais tristes a que já assisti no mundo do futebol. Pois ele mais que ninguém representava o futebol premiado: o espanhol/Barcelona. Foram eles que nos deliciaram com o perfume do futebol, em Espanha, na Europa, no Mundo. Mas mais uma vez foi ignorado, preterido por um colega que é o melhor do mundo, mas não foi o melhor do ano passado. E se não foi, nunca mais será, e assim se facilitará um processo de ensombreamento de sua estrela. Até ao esquecimento. Mas os verdadeiros amantes de futebol, que como eu, aspiram a ver o perfume do seu futebol, nunca se esquecerão a sua dimensão, o seu futebol e assim se formará uma lenda. Comparando o Barcelona a um Porche, é o design que vende, é o conforto que dá confiança, é a qualidade que nos delicia, é a fama que faz história. Mas é o motor que torna tudo possível, e transforma um carro numa lenda. Xavi merece muita mais do que tem. Merecia um mundo a seus pés.
  No sábado no auge dos seus 31 anos conquistou a sua 3ª Champions, sendo o jogador que mais distância percorreu (11.95km) e que mais uma vez deslumbrou com a sua qualidade de passe (91%) com 124 passes certeiros para os colegas, mais ninguém em campo jogou tanto à bola como ele. 
  Capitaneou a equipa com classe e bravura, e quando Puyol entrou em campo, num gesto pleno de humildade e respeito, Xavi desceu dos ceús e entregou a braçadeira ao colega de equipa. Mais que um jogador, um homem. Assim se formam as lendas. 

domingo, 29 de maio de 2011

D'un altre món!

  Assim se define em catalão, este Barcelona: De outro mundo!
  Custa-me ver como alguém ainda pode criticar ou sequer ousar pensar em tal, este Barcelona!
  Este Barcelona é o apogeu do futebol, é o clímax que o futebol pode atingir, foi para ver o Barcelona jogar que se criou o futebol, Esta equipa é o protótipo de futebol perfeito. O passe, a posse, a temporização, a procura, a paciência, a solidariedade. É incrível uma equipa entrar em campo com 8! jogadores da cantera. Numa final europeia! Isto é fantástico, como ainda é possível alguma voz de elevar contra tamanha beleza?!
  A forma simples como vulgarizam qualquer equipa é pragmática desta situação. É que ontem em nenhum momento se achou que o Manchester podia ganhar ou jogar melhor. Sim podia brilhar aqui e ali, podia marcar um ou dois, mas o jogo era do Barcelona. Quando entram em campo, a bola corre para os seus pés, pois ali sente-se acarinhada. Seja Real, Arsenal ou Manchester, a forma como essas equipas têm que adaptar a sua forma de jogar para ainda terem alguma esperança é um belo exemplo da superioridade moral dos Catalães, veja-se o Arsenal a defender numa linha de 6 com os alas encostados aos laterais. Madrid com Ronaldo sozinho na frente, Manchester não tanto, mas também pagou por isso. Pois ao colocar Giggs ao lado de Carrick deu o meio campo ao adversário. E Barcelona, com espaço... Bem é tudo o que querem.  Mesmo que nem sempre conseguem transportar para dentro do campo essa superioridade, pois, bem, também são homens! Se bem que há um Deus entre eles: Messi. 
  É a melhor equipa do Mundo. É futebol pode-se começar a descrever como Barcelona. Eles jogam Futebol. Alguns aproxima-se, outros nunca passarão de uma constante e mera tentativa. 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O jogo mais esperado do ano!











Está a aproximar-se mais uma final da Liga dos Campeões. O jogo que define o melhor entre os melhores vai ser disputado já neste sábado e num estádio e numa cidade que ja contribuiram muito para a história do futebol. O renovado Wembley, em Londres, vai ser o palco da final da Liga dos Campeões 2010/2011. E este mítico estádio vai receber duas equipas, que recentemente se encontraram nesta fase da prova, Barcelona e Manchester United. Nesta edição o seu percurso foi semelhante, encontrando tanto uma como outra, equipas inglesas e espanholas, apesar de em fases diferentes.





O Barça começou a prova no grupo D, juntamente com Copenhaga, Rubin Kazan e Panathinaikos. Um grupo à partida acessível para esta equipa do Barcelona, como as 4 vitórias e os 2 empates vieram mais tarde a confirmar. Nos "oitavos" a tarefa complicou-se um pouco mais, com o encontro com o Arsenal de Arsène Wenger. Houve um primeiro embate em que a equipa londrina venceu em casa por 2-1, uma reviravolta incível depois de o Barça chegar ao intervalo a ganhar por 0-1. Um jogo marcado por uma opção defensiva de Guardiola ao substituir Villa por Keita e por uma atitude ofensiva muito boa do Arsenal, a partir desse momento, que se traduziu em 2 golos. Para seguir em frente a equipa de Guardilola tinha de ganhar em casa e assim o fez. Venceu por 3-1, mas num jogo que ficou marcado por uma polémica expulsão de Van Persie quando havia 1-1 no marcador e um golo absolutamente fenomenal de Messi a acabar a primeira parte. Nos quartos-de-final, surgiram os ucranianos Shakhtar Donetsk. Uma equipa com um ataque composto por muitos brasileiros, que dão grande mobilidade e qualidade à equipa a atacar, mas que não dão grande estabilidade a defender, o que os iria expor bastante ao poderoso ataque catalão. Na primeira mão o 5-1 traduz a análise por mim feita, mas realativamente ao jogo jogado, os ucranianos dispuseram de algumas situações para finalizar e assim discutir mais a eliminatória, mas não o conseguiram, o que contra uma equipa como o Barça se paga caro. A segunda mão foi um jogo onde a tarefa estava muito complicada par o Shakhtar e que o Barcelona acabou por ganhar traquilamente por 0-1. O sorteio das meias-finais, antecipou o confronto que todos esperavam para a final, o embate frente ao eterno rival Real Madrid. Depois de recentemente ter empatado no Santiago Bernabéu e perdido a Taça do Rei em Valência, chegava o ultimo teste de fogo dos blaugrana frente ao maior clube da capital. O embate a duas mãos avisinhava-se favorável ao Barcelona, mas a equipa do Real já tinha demonstrado que tinha uma capacidade de sofrimento enorme e uma grande consistência táctica no confronto directo, e que com uma pontinha de sorte até poderia alcançar a final. Mas o jogo da primeira mão, em Madrid, foi decisivo. Mais uma vez uma expulsão polémica, num jogo que até estava a ser equilibrado, ajudou o Barça a conseguir o seu objectivo. 0-2 foi o resultado final deste jogo, onde os golos só surgiram depois da expulsão de Pepe, sendo o segundo mais uma obra prima de "El Pulga". Este resultado foi "um soco no estômago" para a equipa de Mourinho, o que não impediu o Real de ir a Camp Nou fazer uma bela exibição e jogar "à Barcelona" em alguns momentos do jogo. Contudo, mais uma vez, factores alheios aos protagonistas, tiveram alguma influência no desenrolar do jogo. Um golo mal anulado a Higuaín, por fora de jogo, quando o resultado se encontrava em 0-0 foi um facto que teve alguma importância para o seguimento da partida, que terminou com um empate 1-1, depois do Barcelona ter estado a liderar por 1-0. Assim se apurou, o campeão espanhol, para o tão desejado encontro.








Do outro lado, Manchester United, teve confronto com uma equipa espanhola logo na fase de grupos. Valênvia, Rangers e Bursaspor eram os primeiros adversários da equipa de Sir Alex Ferguson. Este não era um grupo muito fácil, pois se retirarmos o estreante turco Bursaspor, os outros dois adversários, um pela rivalidade histórica e campo complicado, o outro pelos bons jogadores que tem, ameaçavam ser obstáculos difíceis. Mas ao contrário do que parecia, a equipa de Manchester, venceu 4 jogos e empatou 2, acabando em primeiro lugar do grupo. Não teve vitórias muito volumosas, mas conseguiu dominar todos os oponentes. Nos oitavos-de-final o adversário parecia acessivel, comparativamente com alguns "tubarões" poderiam calhar, mas o campeão fracês, Olympique de Marseille não vendeu barato a sua derrota. Depois de um jogo muito pobre em terras gaulesas que terminou com um 0-0 no marcador, a turma de Nani e companhia, tinha de ganhar em casa. Foi um jogo que terminou com 2-1 para Man. United, num jogo onde o golo madrugador de Chicharito Hernández não fazia prever um embate tão difícil, onde a equipa francdesa impôs muitas vezes o seu futebol e só não conseguiu levar o seu objectivo mais avante, pois alguma sorte à mistura e Van der Sar impediram que isso acontecesse. Para os "quartos" estava gurdado um confronto de equipas de terras de sua majestade, o Chelsea opunha-se agora no caminho dos Red Devils. O jogo de Stamford Bridge foi muito equilibrado, um jogo entre duas equipas que se conheciam muito bem e onde só o belo pontapé de fora da área de Wayne Rooney conseguiu desfazer a igualdade. Partia então para a segunda mão em casa com uma vantagem de 1-0. Foi um jogo, onde na primeira parte, o Manchester se superiorizou muito a um Chelsea que apenas contava com um desinspirado Torres para tentar contrariar a vantagem da equipa da casa. Na segunda parte, Carlo Ancelotti, trocou Torres por Drogba e aí viu-se mais alguma qualidade ofensiva dos londrinos. Mas assim que o costa-marfinense conseguiu finalizar, o coreano Ji-Sung Park, no lance seguinte, finalizou uma brilhante jogada de ataque desenhada pelo Man. United, que assim venceu por 2-1. Nas meias-finais, aparecia o "outsider" Schalke 04, que mesmo assim tinha eliminado na ronda anterior o campeão em título Inter, em dois jogos, onde somou 7 golos no total. Estes números impunham respeito, mas estava guardado para esta fase o melhor Manchester United de toda a competição. Fez dois jogos de uma qualidade ofensiva e organização defensiva notáveis. No primeiro, na Alemanha, venceu por 0-2 e no segundo em casa, fazendo muita rotação da equipa, ganhou por 4-2. Conseguia assim alcançar a tão merecida final.





Já falta pouco para assistirmos a este embate. Mas vai ser curioso ver a forma como a "velha raposa", Sir Alex Ferguson, vai instruir os seus jogadores para ganharem a uma das melhores equipas de sempre ao nível da qualidade futebolística apresentada, que parece que joga de olhos fechados e que conta com um jogador que se está a perfilar para melhor de sempre, Lionel Messi. Assim espero que seja um jogo de grandes emoções, com muitos e bonitos golos e que ganhe quem demostrar, nesse jogo, um melhor futebol. Em jeito de conclusão a avanço o meu prognóstico para os dois onzes:



Futbol Club Barcelona: Víctor Valdés, Daniel Alves, Gerard Piqué, Carles Puyol, Adriano; Sergio Busquets, Xavi, Andrés Iniesta; David Villa, Lionel Messi, Pedro Rodriguez





Manchester United Football Club: Edwin Van der Sar; Rafael, Rio Ferdinad, Nemanja Vidic, Patrice Evra; Nani, Michael Carrick, Ryan Giggs, Ji-Sung Park; Wayne Rooney, Javier Hernández








terça-feira, 3 de maio de 2011

Guiados por Messi

Não houve massacre, não houve reviravolta histórica. Mas não houve humilhação.

O Real apresentou-se hoje mais pressionante e agressivo, e deu claramente a ideia que acreditava que podia fazer história e operar um reviravolta praticamente impossível.

O Barcelona hoje optou por uma estratégia mais expectante e de posse de bola no meio campo, arriscando muito pouco. Também não precisa, o Real é que tinha a perder com o resultado.

Mais um caso marcante, aquele golo anulado ao Higuaín mudaria o jogo como tinha referido aqui, não me parece que fosse falta, pois é involuntário, não me parece suficiente para cair assim e Marcherano já não chegaria à bola. Se Marcherano não caísse, seria golo à mesma. É assim que se defende o futebol de ataque?

Mas claramente não é hoje que o Real perde a eliminatória, foi na 1ª Mão. Foi na expulsão do Pepe, foi no golo anulado, mas também foi muito na estratégia da 1ª Mão.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Real Madrid - Barcelona

É fantástico o modo como o Real altera a sua forma de jogar no espaço de 4 dias. Apesar de ter os mesmos princípios de jogo, a forma como altera a mentalidade com que aborda o jogo merece realce. Pode-se quase dizer que Real Madrid despiu o fato de gala de Valência para vestir o fato-macaco para jogar contra o Barcelona. Apesar de não ser tão diferente a forma de abordar a bola/baliza, antes a disponibilidade para o fazer.
Que Mourinho faça isso com o Inter, parece normal, fazê-lo com o Real Madrid já é uma novidade até para os seus adeptos. Mas talvez seja mesmo esta a única forma (será?) de conseguir deter o Barcelona, pois foi nessa mesma janela táctica que o Arsenal o ia fazendo (com as devidas diferenças na forma de sair para o ataque). Pois foi nesses jogos, que se viu o Barcelona em maior dificuldades. As duas equipas com forma evoluídas de abordar a posse de bola (Arsenal e Real) desistiram desse aspecto de jogo, onde sabiam que Barcelona era rei. E apostaram numa forte coesa defensiva com as linhas muito próximas e apostando na transição defesa-ataque em velocidade ( Walcott e Di Maria). Deu a ideia que o Real esperava que numa bola parada a grande diferença de altura que tinha desse alguma vantagem, tal não aconteceu. E toda uma ideia de jogo mais intrínseca ao próprio adn dos jogadores foi ganhando confiança, espaço e acabou por explodir nos últimos minutos nos pés do jogador que melhor representa essa identidade de jogo: Lionel Messi. O último golo é algo - mais uma vez - divinal. Não nos esquecemos que apesar de desgastados psicologicamente e fisicamente, os defesas do Real não são os do Getafe ( com o devido respeito).

Com a expulsão do jogador Anti-tiki-taka o jogou mudou.
Isto tudo agora é "ses" mas duvido que com Pepe o jogo se desenrolasse desta forma. E se Mourinho não mexeu esperando a 2ª Mão, o 0-2, deixa no ar porque Káká, Benzema e Hinguaín não entraram. Lá está, se.

Mesmo assim este 0-2  continua a ser mais interessante que o 0-2 de ontem, pois o Real não dará a eliminatória por perdida. E se marcar primeiro - e cedo- em Camp Nou. Teremos Jogão! Mas para isso, Mourinho terá que abordar o jogo de outra maneira. Ele lá saberá fazê-lo.

É triste ver o espectáculo que se desenrolava a cada toque entre jogadores, o futebol é um desporto de contacto físico e o futebol só perde com estas tentativas de pressão nos árbitros. Algo que não se vê - por exemplo - em Inglaterra. É outro futebol.