O camisola 8

Adora futebol. Por isso jogava no meio do campo com a camisola 8, igual ao ídolo. “Essa é a melhor posição, pega na bola o tempo todo”. Agora escreve sobre esse Mundo que é o futebol.
De tudo um pouco, na maioria das vezes sem saber o que diz, das outras sem saber o que dizer.

sábado, 30 de abril de 2011

Noite Azul-Europa

Na ressaca bem saborosa de uma noite de glória para o futebol português, só hoje tenho oportunidade de escrever algumas considerações sobre os dois jogos disputados:

Porto - Villarreal

  Uma boa exibição colectiva - mais uma - do Porto, permitiu cilindrar uma defesa muito frágil do submarino amarelo. Na 1ª parte um posicionamento interessante de Nilmar, a cair nas costas de Álvaro Pereira, causou bastantes estragos na defesa azul e branca, e acabaria por ser aí que surgiria o golo espanhol.  O Porto teve algumas dificuldades para contrária esses sucessivos contra-golpes que lhes eram aplicados, e nunca conseguiu dominar completamente o jogo, pois havia sempre a ideia, que num contra-ataque surgiria um golo, tal o perigo que ia surgindo.
  Na 2ª parte, AVB mexeu e bem, a equipa espanhola, deixou de encontrar espaço nas costas do defesa esquerdo portista, e com a aproximação de João Moutinho a Fernando, recuperou a serenidade e controlo posicional que permitiu ao Porto cresceu ofensivamente. Nas asas de Falcão. E com algum naturalidade, a grande qualidade individual portista, e a excelente capacidade ofensiva do conjunto ditaram um pesada derrota e história. Uma segunda parte que devia vir nos livros, como um exemplo de capacidade colectiva. De força psicológica e confiança. Falcão cimentou a sua posição como um dos melhores 5 pontas de lança da actualidade, sem sombra de dúvidas. É um jogador completo.

Benfica - Braga

  O duelo português merecia mais, pois foi um jogo que deixou sempre a ideia - e era essa mesmo - de que ambos os conjuntos a partir de determinado momento jogavam para chegar à 2ª Mão com o resultado em aberto. Se esperava isso de Domingos, de Jesus foi uma surpresa.
  O Benfica, está a pagar por ter jogado Jan/Fev a 200km/h. Joga em esforço, os jogadores arrastam-se em campo. Não deixa de ser curioso que o melhor jogador em campo, tenha sido o único em que o cansaço era gerido com pinças: Aimar. Coentrão, Maxi, Saviola ou Gaitán a quem lhes era pedido que jogassem a uma velocidade louca, hoje comparando, jogam a passo. E é dessa verticalidade em excesso de velocidade que vive muito deste Benfica. Jesus esperava mais, não tenho dúvidas, mas quando sofreu o golo, os fantasmas caíram-lhe em cima, e quando se viu novamente em vantagem, fechou as portas da baliza. A entrada de Airton é hoje uma situação recorrente das opções benfiquista, algo impensável no início da época.
  Com o recuo do Benfica, assistimos a uns últimos 20m enfadonhos, pois Domingos também não quis mais, e foi um final de partida táctica. Demasiado táctica. O Braga podia ter ambicionado mais, podia e devia! Mas o objectivo era apenas levar o jogo em aberto para a segunda mão. E neste momento Braga é favorito, pois está num estado físico, psicológico mais forte que o adversário. E arrisco-me a dizer que sob muito menos pressão. E em casa jogará em cima do Benfica, e um golo abalará todos os alicerces mentais sob que Jesus montará o jogo. E com Custódio, Braga ganhará uma estabilidade defensiva, que em vantagem duvido que se desfaça. O jogo da época para ambos os conjuntos.

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